Duas pessoas foram presas, na manhã desta terça-feira (14), em uma operação da Polícia Federal (PF) que investigou uma organização criminosa especializada em fraudar aposentadorias por idade, por tempo de contribuição e pensões por morte. Segundo a PF, eles eram agenciadores de aposentadoria.
O prejuízo causado pelo grupo é calculado em R$ 3,7 milhões, com o pagamento de 52 benefícios obtidos de forma fraudulenta.
A operação, chamada de Octopus, foi feita em conjunto com a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.
Além dos mandados de prisão, foram cumpridos 17 de busca e apreensão em Curitiba, Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), e Pontal do Paraná, no litoral do Paraná. Além de Jaraguá do Sul (SC), Erechim (RS) e Marcelino Ramos (RS).
De acordo com a Polícia Federal, as investigações começaram em 2017 a partir de notícias recebidas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.
Durante a investigação, foi identificado que a organização criminosa atuava pelo menos desde 2013, e era chefiada por um agenciador de aposentadorias, reincidente em crimes contra a Previdência.
Segundo a polícia, há indícios de que o esquema criminoso conte com a participação de dois servidores do INSS, três contadores, dois advogados e outros intermediários de benefícios previdenciários.
Conforme as investigações, foram cerca de 800 vínculos empregatícios falsos para mais de 500 trabalhadores. Ainda de acordo com a polícia, esses vínculos fraudulentos inseridos nos sistemas do INSS incluíam tempos de serviço de até 15 anos.
O grupo ainda é investigado pela criação de vínculos falsos para os próprios familiares, de primeiro e segundo graus.
O INSS deve rever as aposentadorias identificadas pelo esquema criminoso.
Foi determinado o sequestro de bens e bloqueio de contas bancárias dos suspeitos. Além disso, a Justiça mandou afastar os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de cargos de chefias e das atividades de concessão de benefícios previdenciários.
Os presos podem responder pelos crimes de associação criminosa, estelionato majorado e inserção de dados falsos em sistemas corporativos do Governo Federal.